Bem eu que tento
Não adornar meus versos
Com esses serezinhos mais lindos do mundo,
Mas, na maioria das vezes,
Acabo lançando mão dos seus olhos miúdo
Que se me atravessam, pidões…
Bem que tento esquecer esse tema,
Mas o que devo fazer, ignorar meu coração,
Se nele bem-querer-te-vi já se fez ninho?
Fingir que não te vi?
Ignorar que não ouço o seu cantar bem-alí,
Quebrando o silêncio do meu poema
Pobrezinho de carinho?
Sem asas, direi o que der à pena…
Versos sem cor e sem canto,
Com certeza descambarão em vento negro…
Acaso conseguirei descrever o amor mais terno
Com os corvos do poeta maldito me azucrinando?
Pelo jeito vai dar não, Sebastião,
Que hoje estou mais pra sabiá…
Com licença, vou ali e volto já,
Vou ver um passarinho
Que me chama pra versá…
Autor: JANET ZIMERMANN